AFETIVIDADE COMO INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICO NO TRABALHO COM TDAH




Cristiane Venzke Nogueira1


Resumo: O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDA/H) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Suas principais características são: desatenção, impulsividade e hiperatividade. Esse transtorno é também conhecido como Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) que em inglês apresenta-se com as siglas ADD, ADHD ou AD/HD (Attention Defict Disorder with Hiperativity). Sugere-se que a pessoa TDA/H tenha uma rotina estável em casa para diminuir a confusão e a quantidade de estímulos diários. O objetivo dessa pesquisa foi apresentar de maneira clara e simples o que é TDAH, para que pais e professores consigam identificar suas crianças e encaminhá-las a um médico especialista. Para a elaboração do trabalho, optou-se por uma pesquisa bibliográfica, mediante leituras, análise e fichamento de livros, revistas pedagógicas, periódicos e sites da internet especializados sobre o assunto. O trabalho está dividido em cinco subtítulos. No primeiro será apresentado, de maneira clara o conceito e histórico sobre Transtorno de Déficit de Atenção, no segundo subtítulo apresenta como é feita a avaliação e diagnóstico para constatar o distúrbio. A pesquisa apresenta também as características importantes para reconhecer esse distúrbio. De um modo simples, mostra tratamentos para auxiliar no comportamento da criança com TDAH, sendo um deles a afetividade, tanto no ambiente familiar quanto na escola.


PALAVRAS CHAVE: TDA/H, conceito, diagnóstico, tratamento, afetividade.

INTRODUÇÃO
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Suas principais características são: desatenção, impulsividade e hiperatividade. Esse transtorno é também conhecido como Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) que em inglês apresenta-se com as siglas ADD, ADHD ou AD/HD (Attention Defict Disorderwith Hiperativity).
Na visão de Phelan (2005, p. 97), “o TDA não é uma doença que vai ao extremo, ou seja, ela oscilar em graus variados de intensidade”. Há também diferentes tipos de TDAH: o Combinado (TDA com Hiperatividade) e o Desatento (TDAH sem Hiperatividade). Podem aparecer em conjunto com outras síndromes, como o Transtorno de Conduta, Transtorno de Desafio e Oposição, os distúrbios de ansiedade e humor. Os sintomas do TDA/H são visivelmente observados durante a idade escolar, os professores assumem um importante papel de colaborador no processo de avaliação do transtorno, pois a partir da convivência com o aluno podem realizar importantes observações e dessa forma, encaminhá-los aos profissionais habilitados.

1-Conceito e Histórico de TDAH
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Suas principais características são: desatenção, impulsividade e hiperatividade. Esse transtorno é também conhecido como Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) que em inglês apresenta-se com as siglas ADD, ADHD ou AD/HD (AttentionDefict Disorder with Hiperativity). “As primeiras referências aos transtornos hipercinéticos na literatura médica aparecem na metade do século XIX. Entretanto, somente no início do século XX começou-se a descrever o quadro clínico de uma maneira mais sistemática”. (PETRY, 1999).
De acordo com Phelan (2005, p.13) o nome transtorno de déficit de atenção surgiu pela primeira vez e 1980, no assim chamado DSM-III (sigla em inglês para o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais, Terceira Edição). Essa nova definição deixava claro que o ponto central do problema era a dificuldade de se concentrar e manter a atenção.

Segundo Brioso e Sarriá, (apud BARBOSA, 2005, p.13) o termo hiperatividade é um dos distúrbios do comportamento mais frequentes na idade pré-escolar e escolar, sendo caracterizado por um nível de atividade motora, excessivo e crônico, déficit de atenção e autocontrole. Conforme Silva (2003, p.20):


Quando pensamos DDA, não devemos raciocinar como se estivéssemos diante de um cérebro “defeituoso”. Devemos, sim, olhar sob um foco diferenciado, pois, na verdade, o cérebro do DDA apresenta um funcionamento bastante peculiar, que acaba por trazer-lhe um comportamento típico, que pode ser responsável tanto por suas melhores características, como por suas maiores angústias e desacertos vitais. O comportamento DDA nasce do que se chama trio de base alterada. É a partir desse trio de sintomas formado por alterações da atenção, Impulsividade e da velocidade da atividade física e Mental que se irá desvendar todo o universo DDA, que, muitas vezes, oscila entre o universo da plenitude criativa e o da exaustão de um cérebro que não pára nunca.

TDAH se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).

A pessoa responsável pelo diagnóstico deve ter em mente que, além de confirmar a presença ou ausência do TDA e de outros problemas, ela está também tentando traçar um perfil dos pontos fortes daquela criança em particular.


2. AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO TDA/H
Pensar TDAH significa esperar muita hiperatividade, barulho, desorganização e intensa rivalidade entre irmãos, e ao mesmo tempo, ter de administrar esses problemas de melhor maneira possível. (PHELAN, 2005, p.142) afirma que:


O diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção é repleto de armadilhas. A avaliação de TDA é diferente do diagnóstico de problemas físicos em clínica médica ou mesmo do diagnóstico de outros tipos de dificuldades psicológicas.


Para a avaliação de pessoas com TDAH, é feito um diagnóstico clínico, exclusivamente por médico, embora uma vez diagnosticado, o tratamento passa também por tratamento psicológico e psicopedagógico. È importante destacar, que é preciso muito cuidado ao rotular uma criança com TDAH, pois ainda que professores pedagogos e psicólogos suspeitem desse diagnostico é o médico quem vai confirmá-lo. Segundo Bromberg (2001), uma vez determinado o problema, se faz necessário o trabalho multidisciplinar envolvendo pais, professores e terapeutas.
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Phealen (2005, p. 101) afirma que pesquisas recentes sobre o TDAH esclarecem o que já se suspeitava há algum tempo: muitas vezes o TDA vem acompanhado de outros problemas psicológicos. Quando chegam à adolescência, 50% de nossas crianças com TDAH também vão se enquadrar em um ou dois outros diagnósticos do DSM-IV. Esses diagnósticos serão feitos nas categorias dos distúrbios destrutivos, de ansiedade, de humor e de aprendizado. Os outros 50% de nossas crianças com TDA serão assim chamado de portadores de TDA “puro” ou limpo”, ou seja, elas terão o TDA e nada mais.
3. Características da criança com TDAH
Phealan (p.98) apresenta algumas questões relevantes para confirmar a presença ou ausência do TDA e de outros problemas, que tenta traçar um perfil dos pontos fortes da criança em analise.
Questão 1: A criança enquadra-se em seis ou mais dos nove itens de uma ou ambas as listas de sintomas DSM-IV para Desatenção, ou Hiperatividade/ Impulsividade.
Desatenção:
  1. Não consegue prestar muita atenção em detalhes ou comete erros por descuido;
  2. Tem dificuldade em manter a atenção na tarefa ou na brincadeira;
  3. Não ouve quando alguém lhe dirige diretamente a palavra;
  4. Não consegue terminar as tarefas escolares, os afazeres domésticos ou deveres do trabalho;
  5. Tem dificuldade em organizar atividades;
  6. Evita atividades que requerem esforço mental prolongado;
  7. Perde coisas;
  8. Distrai-se facilmente;
  9. É esquecida
Hiperatividade/Impulsividade
  1. Fica irrequieta ou se contorce na cadeira;
  2. Sai do lugar quando se espera que permaneça sentada,;
  3. Corre de um lado para o outro ou escala coisas em situações em que isso é inadequado;
  4. Tem dificuldade de brincar em silêncio;
  5. Age como se fosse “movido a pilha”;
  6. Fala em excesso;


Impulsividade
  1. Responde antes que a pergunta seja completada;
  2. Tem dificuldade de esperar sua vez;
  3. Interrompe os outros ou se intromete.
Além desse questionário, existem outros ligados ao ambiente familiar, pois é um importante indicador que é chamado de “síndrome do tal pai, tal filho” ( PHELAN,2005, p. 99).
4 .Tratamento
Conforme Abrichaim (apud CHAVES et al) antes de qualquer tratamento, um exame físico deve se feito para descartar outras causas para o comportamento da criança, tais como infecção crônica do ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas neurológicos. No momento em que a criança é diagnosticada com TDAH por profissionais habilitados, os pais podem já estar envolvidos ativamente com seus professores e demais profissionais da escola, já que esses profissionais podem assumir um papel preponderante no que se refere à avaliação dessa criança.

Phelan (2005) comenta que a equipe de apoio da escola pode estar capacitada para oferecer ajuda das seguintes maneiras: Propiciando aos pais informações sobre técnicas de administração do comportamento da criança em casa, implantando programas de gerenciamento que sejam eficazes as crianças em sala de aula, trabalhando diretamente com a criança para melhorar suas habilidades educacionais, sociais e seu relacionamento com os colegas, oferecendo aconselhamento para a criança que está com baixa autoestima.
Segundo ABDA (2014) o tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador. A medicação é parte muito importante do tratamento. Conforme Andrade apud Gentile:
Em casos leves o distúrbio pode ser tratado apenas com terapia e reorientação pedagógica, diz o psiquiatra Ênio de Andrade: "Os casos graves necessitam de tratamento com medicamentos". O tratamento é feito por um período mínimo de dois anos, mas deve durar até a adolescência, quando os sintomas diminuem ou desaparecem, graças ao amadurecimento do cérebro, que equilibra a produção da dopamina. (ANDRADE apud GENTILE, 2000, p.31).


Além do tratamento medicamentoso é importante oportunizar o tratamento com um terapeuta, pois esse mergulha fundo no passado e na infância de seu paciente, esperando encontrar as respostas e causas dos males que o afligem no presente, “é a figura mais comum e sedimentada no imaginário popular para representar o processo de tratamento da psicoterapia” (SILVA, p.202).
A família desempenha um papel fundamental, cabe à ela estabelecer uma rotina em casa, pois isso diminui a confusão quanto à quantidade de estímulos que a criança recebe
Zagury (1991, p.4) aconselha que dar limites aos filhos é iniciar o processo de compreensão e a apreensãodo outro. Ninguém pode respeitar seus semelhantes se não aprender quais são os seus limites, e isso inclui compreender que nem sempre se pode fazer tudo o que se deseja na vida. . É necessário que a criança interiorize a idéia de que poderá fazer muitas, milhares, a maioria das coisas que deseja, mas nem tudo e nem sempre. Essa diferença pode parecer sutil, mas é fundamental. Entre satisfazer o próprio desejo e pensar no direito do outro, muito tendem a preferir satisfazer o próprio desejo, ainda que, por vezes, prejudique alguém.
É de fundamental importância que os pais deem limites aos filhos, não de maneira punitiva, mas mostrar os conceitos de ética e humanidade.


Dar limites à criança é mostrar o caminho correto a ser tomado, não de forma agressiva, mas com carinho e paciência. Se mesmo para uma criança sem déficit de atenção é difícil compreender as normas de boa conduta, para um TDA/H é mais complicado ainda. É importante ressaltar que não existe uma formula mágica de educar filhos, mas o amor, respeito e limites sempre deram certos. Segundo Phelan (2005) “os pais do aluno com TDAH, podem ajudar na aprendizagem de seus filhos, solicitando uma reunião de revisão de progresso e planejamento com os professores da criança, o diretor ou orientador pedagógico e outros membros relevantes do grupo”.
Também é de fundamental importância que os professores estejam sempre atualizados a respeito dos assuntos que envolvem TDAH, pois, é comum encontrar em salas de aula alunos dispersos, agitados, e serem nomeados de “bagunceiros, ou preguiçosos” . De acordo com Barkley (2002 p. 235):
Um terço ou mais de todas as crianças portadoras de TDA/H ficarão para trás na escola, no mínimo uma série, durante sua carreira escolar, e até 35% não completará o ensino médio. [...] Entre 40 e 50% dessas crianças acabarão por receber algum grau de serviços formais através de programas de educação especial, como salas com recursos, e até 10% poderá passar todo o seu dia escolar nesses programas. [...] Existe o fato de que mais da metade de todas as crianças com TDAH também apresentam sérios problemas de comportamento opositivo. Isso ajuda a explicar porque entre 15 e 25% dessas crianças serão suspensas ou até expulsas da escola devido a problemas de conduta.


A criança com TDAH apresenta maiores índices de má articulação e de fala desorganizada, o que implica em dificuldade para organizar o pensamento e as resposta, especialmente as respostas complexas de compreensão de leitura, apresentam também dificuldades na coordenação motora refinada, que afetam principalmente a escrita.
Tanto pais como professores, não devem se mostrar autoritários, pois o TDA/H pode sentir-se desafiado, podendo então ver as regras de forma negativa. Uma maneira interessante para que a criança consiga aceitar algumas regras para ser aceito no convívio escolar seria os pais estabelecer algumas normas junto com a criança e mostrar que o não cumprimento dessas haverá algum tipo de punição. Segundo Zaguri: (1991, p.8):


De maneira geral, a criança não aceita logo nem as explicações que a nós, adultos, nos parecem as mais claras, límpidas e, portanto, as mais simples de serem atendidas. Mas, como límpido e claro é atendido imediatamente — muito pelo contrário, às vezes você repete anos a fio um mesmo e simples objetivo até alcançá-lo —, o que ocorre é que, ao ouvir falar em limites, muita gente interpreta logo como licença para exercer uma postura autoritária, de controle total. Realmente é difícil saber quando acaba a autoridade e quando começa o autoritarismo.


È importante estabelecer limites na formação infantil. Quando se fala em limites, não é autoritarismo, mas sim mostrar a realidade à criança de forma que ela consiga compreender, de maneira lúdica, ou uma conversa simples, nunca impondo nem sendo agressivo, pois uma criança com TDA/H, como já foi mencionado tem dificuldade a aceitar regras.

5.Afetividade como intervenção
Afetividade, em um sentido conotativo, significa tendências, emoções, sentimentos, paixões etc. Segundo Almeida (2000, p.17) “afetividade refere-se à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo e interno por meio de sensações ligadas a totalidades agradáveis ou desagradáveis”.
Pode-se dizer que afetividade pode ser a desencadeadora de novas condutas, pode acelerar ou retardar o desenvolvimento intelectual, mas não é capaz de gerar novas estruturas nem tampoco modificar as já existentes. (MARTINELLI. 2010)
Segundo Piaget (1977), cognição e afetividade possuem uma grande importância no desenvolvimento psicológico, pois, segundo o autor, a afetividade não se restringe apenas às emoções e aos sentimentos, mas também à energia motriz da cognição, fato esse que inspirou a teoria do construtivismo. De acordo com Sisto et al (2010, p. 102):
As relações defendidas por Piaget entre cognição e a afetividade, embora se restrinjam ao campo teórico, já apontam para a importância de se considerar os elementos afetivos em todos os atos inteligentes.


O primeiro vínculo afetivo que um ser humano conhece é o familiar, em especial a afetividade materna. O vínculo afetivo entre mãe e filho permite que este se sinta valorizado e acolhido com amor. Para Mussen (1972, p.111):


As relações iniciais mãe-filho, da alta mais importância na modelação da personalidade e ajustamento de uma criança, centram-se o tono de necessidades e atividades específicas- por exemplo, alimentação, treinamento nos atos de higiene pessoal, curiosidade e exploração.


A relação positiva entre mãe e filho estimulará atitudes sociais favoráveis à criança com a sociedade onde vive. Nesse sentido, a interação da criança com a mãe constitui a base para as suas reações com os outros. (MUSSEN, 1972, p.104). Por outro lado, a privação de afeto na primeira infância pode resultar em desajustamentos temporários ou duradouros, ou seja, bebês criados em um ambiente sem afeto tentem a ser infelizes emocionalmente eperturbados. Segundo Erikson (apud MUSSEN, 1972 p. 105) as primeiras interações de mãe com seu filho estabelecem os alicerces para o desenvolvimento infantil de um sentido de confiança ou desconfiança perante o mundo. A afetividade como desenvolvimento cognitivo da criança é construído e modificado de acordo com as relações com o outro. Segundo Denis e Oliveira(1994 p.83-84).


As emoções estão presentes quando se busca conhecer, quando se estabelece relações com objetos físicos, concepções de outros indivíduos. Afeto e cognição constituem aspectos inseparáveis, presentes em qualquer atividade, embora em proporções variáveis. A afetividade e a inteligência se estruturam nas ações e pelas ações dos indivíduos. O afeto pode, assim, ser entendido como uma energia necessária para que a estrutura cognitiva passe a operar. E mais: ele influencia a velocidade com que se constrói o conhecimento, pois quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais facilidade.


Sem relação afetiva não existe motivação, pois, não existe motivação que leve o indivíduo ao conhecimento. Na visão de Piaget, a afetividade desempenha um papel essencial no funcionamento da inteligência, “não se poderia raciocinar sem vivenciar certos sentimentos e que, por outro lado, não existem afeições sem um mínimo de compreensão.” (PIAGET, 1977, p.16).
No ambiente escolar, a afetividade é também um fator importante para a aprendizagem dos alunos. Desde o século XVII, Comenius falava da necessidade de uma educação não cansativa, em que o docente tinha o papel de ensinar e não “maltratar” seus alunos. Rosseau, no século XVIII salienta as ações de conduta do educador como ser educando. Segundo Rousseau (1994 p.23-24):


O aluno deve, sobretudo, ser amado, e que meios tem um governante de sefazer amar por uma criança a quem ele nunca tem a propor senão ocupações contrárias ao seu gosto, se não tiver, por outro, poder paraconceder-lhe esporadicamente pequenos agrados que quase nada custa em despesas ou perda de tempo, e que não deixam, se oportunamente proporcionados, de causar profunda impressão numa criança, e de ligá-la bastante ao seu mestre.


Segundo Bloom (apud SISTO et al 2010, p. 105) A literatura tem enfatizado que cognição e afeto são vistos como fatores-chave na compreensão e no sucesso do funcionamento do indivíduo. Tem-se afirmado que uma disposição afetiva positiva para aprender manifesta-se através de atitudes, interesses e confiança em sua capacidade cognitiva, facilita a aprendizagem, possibilitando aos indivíduos atingir um melhor desempenho, além de aumentar a rapidez de ocorrência de novas aprendizagens em comparação com os alunos que se encontram sem entusiasmo e desinteressados. Segundo Cury( 2008 p.48):


[...] a afetividade deve estar presente na práxis do educador [...] os educadores, a pesar das suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinado por máquinas , e sim por seres humanos
É importante que a escola propicie um ambiente favorável à aprendizagem, que sejam estimulados, sem perder o foco principal, um ambiente desafiador, que estimulea autoestima, a confiança e respeito mútuo entre os alunos. É importante reforçar que a afetividade no campo escolar desempenha um papel fundamental na organização moral do educando. No ambiente familiar, a afetividade é essencial, pois os pais que estabelecem limites e regras aos seus filhos por meio do amor e afeto desenvolvem também a conscientização da necessidade de trabalhar os aspectos cognitivos, ou seja, pais que amam e educam geram filhos decididos.
A criança com TDA/H apresenta características negativas provenientes do meio do qual tem que se defende de seus conflitos internos de seus próprios sentimentos. Essa imagem negativa criada pela criança hiperativa é uma forma de camuflar suas dificuldades de expressar uma forma de recusar o pensar das ações desamorosas e intolerantes vindas do meio em que vive. O egocentrismo da criança revela a luta para impor sua identidade perante o mundo, dessa forma, a criança enfatiza mais seus pontos negativos, reforçando o que as pessoas dizem dela. A afetividade tem uma grande importância no campo psicoemocional do hiperativo, pois muitas vezes eles possuem uma carência afetiva e por isso são agitados, desatentos, taxados de hiperativas. A criança mal conduzida pelos pais pode tornar-se um grande problema na relação pai e filho e aluno e professor. Essa criança lança um desafio aos educadores e profissionais da saúde, pois precisa ser atendida de forma diferenciada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio de pesquisa bibliográfica, foi possível conhecer um pouco mais sobre Transtorno de Déficit de Atenção, doravante TDAH. Saber que esse transtorno surgiu pela primeira vez e 1980, ou seja, algo muito recente para a Ciência e que após essa descoberta foi possível desmistificar conceitos errôneos sobre as características de um TDAH . Conhecer características do distúrbio a fim de detectá-lo e trata-lo para amenizar os sintomas, já que sabemos que não tem cura, apenas tratamento medicamentoso e terapêutico.
O trabalho teve objetivo de mostrar a importância da afetividade como fator que ameniza alguns sintomas do distúrbio. Já se sabe que a família é o alicerce do ser humano e que estrar em um ambiente harmônico, familiar ou escolar contribui para o desenvolvimento sócio afetivo, autoestima entre outros aspectos positivos, que contribuem com o desempenho cognitivo e social da criança.


1 Graduada em Letras, pós-graduada em Educação Especial e Psicopedagogia. Professora de sala de recursos em Cascavel na Rede Estadual
Artigo de responsabilidade da autora.

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