A HISTÓRIA DA MULHER NA CIVILIZAÇÃO
De forma muito sucinta, a proposta é tratar acerca da participação da mulher na história humana, na perspectiva antropológica e que engloba os diversos aspectos dentre eles, origem evolução, desenvolvimento físico, cultural, econômico, social e sexual.
Em pleno século XXI, as mulheres ainda lutam para ocupar o seu espaço, garantir seus direitos, garantir igualdade ao homem e o reconhecimento da sua condição de igual.
Voltemos, bem antes dentro da história conhecida ou aceita. A própria história erra com as mulheres, ao dizer que erra, podemos afirmar que desde o início da civilização a qual fazemos parte, em especial a esta que tem suas origens Greco romanas e que se fundamentam no ocidente em Judaico Cristãs (que copiam muito de suas tradições e crenças de origem suméria e babilônica). O papel da mulher sempre foi secundário, aparece em momentos importantes apenas como sendo causa de conflitos entre reis ou governantes, entre heróis que digladiam para garantia de sua posse em caso de vitória, assim sendo, as mulheres desde a antiguidade são exatamente isto (posse) do homem, de forma mais simples (objeto) e entram na categoria de (coisas) que um homem pode possuir.
Portanto a igualdade entre o feminino e o masculino dentro da história é inexistente, utilizando-nos do mito (que serve para explicar ou dar sentido a algo que não compreendemos), a primeira ideia que se tem da origem da mulher vem muito antes da cultura judaica, citada ainda entre sumérios (um dos povos mais antigos da civilização) a primeira mulher criada por Deus segundo esses textos que foram agregados mais tarde ao Talmud (complemento explicativo do Torá) a bíblia judaica, foi Lilith (não, não foi Eva a primeira esposa de Adão), “estamos falando do mito”.
*“Enquanto Deus criava Adão, que estava sozinho, Ele disse: ‘Não é bom que o homem esteja sozinho’ (Gn. 2:18). Ele também criou uma mulher, da terra, como Ele criara o próprio Adão, e a chamou Lilith.
Enfim, Lilith também nasceu do pó assim como Adão, teria feito então deus, homem e mulher, iguais, Adão entretanto queria Lilith submissa, Lilith não aceitava tal submissão a ele, textos antigos relatam que uma dessas submissões a que Lilith não se sujeitava era a de deitar-se sob o homem, ou seja, no momento das relações sexuais ela queria estar por cima, isso não agradou Adão e ele reclamou com deus, deus teria então castigado Lilith transformando-a em uma serpente alada e num segundo momento criado Eva, agora Eva seria retirada de uma costela de Adão, ou seja, carne de minha carne, como descrito em muitos textos bíblicos e repetidos em cerimônias de casamento ainda hoje. Para encerrar a “estória” de Lilith ela ainda aparece uma última vez na narrativa do jardim do Éden, quando convence Eva a tomar do fruto proibido ou fruto da sabedoria, ou seja lá o que queiramos que esse fruto significava.
Bom, podemos perceber então que a história da mulher já começa de forma miseravelmente condenada e errada e assim será durante toda a história até tempos muito recentes e porque não dizer (atuais).
Você pode especular sobre a existência de grandes mulheres que são citadas em vários momentos da história e do mito (Nefertite esposa do faraó Amenhotep IV, Cleópatra a rainha do Egito, Helena de Tróia). O que elas geralmente têm em comum?
Podemos dizer que em algum momento são lembradas por serem consideradas divinas, como sabemos, o divino não está atrelado ao sexo (gênero), ao serem consideradas divindades (abençoadas pelos deuses ou deus), elas sobrepõem-se ao gênero comum feminino. Mesmo com a proteção do divino, ainda assim, alguma desgraça ou tragédia envolve suas histórias em algum momento de suas vidas e das vidas dos homens ou povos que lhes cercam, na Idade Média as mulheres sofreram todo tipo de perseguição, sendo consideradas malditas, menos que qualquer animal, tinham valor menor que objetos mesmo que comuns, tivemos um período de miséria, sofrimento, inquisição e tantos outros absurdos praticados contra as mesmas. Não esqueçamos que a história é escrita por homens. Assim a mulher tem um papel de amaldiçoada (desde a antiguidade).
A mulher começa a ocupar um papel diferente somente ao final do século XIX, com o início da industrialização e também com o início do capitalismo, até então a sociedade era regida por um patriarcado, agora o patriarcado é substituído pelas corporações, todos passam a trabalhar para alguém, aqueles que não possuem posses vendem sua mão de obra, isso é o que vai dar garantia a sua subsistência e de seus agregados. O conceito de família também é muito recente, não podemos esquecer;
Algumas mulheres se destacaram já no século XX, por lutar por coisas simples no momento em que se instituem as democracias nos estados; não permitem às mulheres o direito ao voto, o movimento das sufragistas (a luta pelos direitos políticos e sociais iguais) tanto (na Inglaterra e também nos Estados Unidos), que resultou em perseguições, mortes, prisões, são alguns dos aspectos que foram enfrentados por essas mulheres.
Muitas mulheres ocupam lugar de destaque por seu trabalho, sua obra, sua arte, principalmente no início do século XX, porém, é impossível passar pela história da mulher na sociedade e cultura, sem falar de Simone de Beauvoir, que mesmo tendo escrito algumas de suas obras ainda nos anos 1940, ainda hoje é combatida, criticada e mal interpretada por pessoas que não se preocuparam ou se deram ao trabalho de ler o contexto de suas obras, Simone de Beauvoir está acima de qualquer crítica misógina, pelo simples fato de ter escrito algo conciso e com significado atemporal, ou seja, validado e atualizado sempre. É clichê terminar esse texto com a frase dela no Livro O Segundo Sexo de 1949 (Não se nasce mulher, torna-se), podemos entender que tanto homem quanto mulher nascem iguais, a espécie é a humana, o gênero vai se definir na história de cada elemento. Em uma última análise cito Leandro Karnall que afirma que se hoje precisássemos definir em quantidade o gênero humano ele estaria elencado em aproximadamente 7 bilhões de gêneros, destes subdivididos em algumas dezenas de categorias. Mas a luta mais antiga e tão atual ainda é a das mulheres, pelo seu direito de igualdade.
Fonte completa sobre as origens de Lilith: https://judeu.org/pdfs/lilith.pdf
Do grego: miseó, "ódio"; e gyné, "mulher") é o ódio, desprezo ou preconceito contra mulheres ou meninas.
Acompanhe o conteúdo produzido com a psicóloga Monique Farber, para o canal do YouTube do Instituto AMPLIAR.
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Autor: Marcos Luiz dos Santos
Filósofo com formação pela UNIOESTE
Pós graduado em Psicopedagogia
Pós graduado em Gestão Escolar
Especialista em Gestão de Contratos e Licitações
Designer Gráfico e atualmente Representante Comercial
Graduando da 8ª fase de Psicologia UNOPAR
Artigo de responsabilidade do autor.
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