A MULHER E A SEXUALIDADE

Neste
cenário de repressão da sexualidade, a mulher assumiu papel de submissa ao
homem, passando séculos sendo dominadas pelo universo masculino, sendo educadas
para serem filhas e mães, não se permitindo experimentar o que é “ser mulher”
(GOZZO et al, 2000).
Mas, a
partir da década de 1950 com o movimento feminista, com o advento da pílula
anticoncepcional e do divórcio, a vida das mulheres foi mudando
de figura. Segundo Arán (2003), a questão da separação entre sexualidade e
reprodução, graças à pílula anticoncepcional, libertou a mulher da função da
maternidade imposta ao seu corpo. Assim, além de poder ser livre para
escolher se ter ou não filhos, elas também passaram a poder programar
suas vidas quanto ao trabalho e a maternidade de forma mais satisfatória.
Todas
essas mudanças globais ocorridas nos últimos anos propiciaram à mulher ocupar
espaços diferentes do espaço doméstico e com base em seu empoderamento
conquistado, ela passa a se nos impor mais diferentes espaços, inclusive no
sexual, conquistando espaço para suas preferências e vontades que antes não
poderiam ser nem sequer mencionados no privado e muito menos em público. Assim,
a mulher moderna pode definir o sexo em sua identidade como algo prazeroso,
podendo acessar informações, ver e trocar imagens de sexo e até mesmo
experimentar novas práticas sexuais pelo mundo virtual, sem serem vigiadas ou
punidas (VIEIRA, 2005).
Desta
forma, a relação de dependência que unia sexualidade e casamento, atualmente
está diferente, ou seja, a prática sexual que antes era um dos atributos do
sujeito casado, nos dias de hoje tornou-se uma experiência interpessoal que
independe da existência de qualquer união (BOZON, 2003).
Esse
breve histórico do desenvolvimento da sexualidade feminina busca além de
informar, provocar uma reflexão para muitas mulheres que ainda se reprimem sexualmente,
pois, o sexo, ainda hoje é tratado por muitas famílias, culturas e religiões
como sujo e pecaminoso, para que elas entendam esta forma de entendimento
insere a mulher em um lugar de submissão nas relações afetivas além de lhe
impor, pensar em sexo como obrigação.
REFERÊNCIAS:
ARÁN, Márcia. Os
destinos da diferença sexual na cultura contemporânea. 2003. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ref/v11n2/19129.pdf - Acesso em : 11/05/2018.
BOZON, Michel. Sexualidade e conjugalidade. A
redefinição das relações de gênero na França contemporânea. 2003.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n20/n20a05.pdf - Acesso em:
15/05/2018.
FOUCAUT, Michel. História da Sexualidade I: A
Vontade de Saber. 13ª Edição. Edições Graal. Rio de Janeiro, 1999.
GOZZO, T.O.; FUSTINONI, S.M.; BARBIERI, M.; ROEHR,
W.M.; FREITAS, I.A. Sexualidade feminina: compreendendo seu significado.
Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 3, p. 84-90, julho 2000.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v8n3/12403 - Acesso em:
29/04/2018.
VIEIRA, Kay Francis Leal et al. Representação
Social das Relações Sexuais: um Estudo Transgeracional entre Mulheres.
2016. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932016000200329&lng=en&nrm=iso
– Acesso em: 11/05/2018.
Participação do Especial Mês da Mulher. Acesse o vídeo a baixo:
Autora: Sirlene Pereira Ferreira
Psicóloga Especialista em Sexualidade
CRP: 08/15529
Facebook:Sirlene Pereira Ferreira
Parceira do Instituto Ampliar. O artigo
é de responsabilidade da autora.
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