As Sufragistas – Uma Análise Psicológica

O
filme se passa no ano de 1912, um pouco antes de deflagrar a Primeira
Guerra Mundial. O caos nas fábricas e lavanderias, e as péssimas
condições de trabalho é o cenário para a luta de um grupo de
mulheres que se opunham à maneira como eram tratadas naquela
sociedade.
O
enredo foca na onda revolucionária que estava tomando conta das
mulheres na época, submetidas a uma carga horária insana de 16
horas de trabalho, abusadas fisicamente, sexualmente, assediadas
moralmente e sem nenhum direito a que pudessem recorrer.
Sufrágio,
segundo o dicionário refere-se ao processo de escolha por votação;
eleição. As sufragistas, portanto, compunham este movimento social,
político e econômico de reforma, com o objetivo de estender o
sufrágio (o direito de votar) às mulheres.
Vamos
agora analisar a personagem Maud Watts, uma das protagonistas que
trabalhava em uma lavanderia junto com outras mulheres. No decorrer
do filme ela conhece Violet que a apresenta ao grupo das sufragistas
e é a partir deste encontro que ela decide mudar e vai se abrindo
para uma nova realidade. Começa a perceber e assumir as suas
dificuldades como mulher, esposa, mãe e trabalhadora e ao se
empoderar percebe que pode construir um futuro diferente, e tem
esperança de que seja melhor.
A
tomada de consciência se deu ao refletir que se ela tivesse um outro
filho e se este filho fosse uma menina viveria exatamente da mesma
forma e passaria por muito sofrimento ou pelo menos por toda a
realidade que as mulheres do seu tempo passavam. Decide então se
juntar ao grupo das sufragistas e lutar pelos direitos das mulheres.
Contudo,
esta postura não foi aprovada por seu marido. E é exatamente quando
ela começa a se mostrar, não mais passiva e submissa, mas autêntica
e se fazendo livre é que as consequências dolorosas lhe chegam. Seu
marido a expulsa de casa e ela não tem o direito de ficar com o
filho. Esta morte simbólica, a violência patrimonial de perder o
direito da sua casa só se torna pior quando seu filho é entregue
para a adoção.
Na
trajetória desta personagem muita dor e sofrimento são percebidos,
a morte de sua mãe quando Maud ainda era uma criança, o trabalho
forçado a que foi submetida, violência sexual por parte do seu
patrão. E quando ela decide não ser vítima, mas construir uma
história diferente ela continua a sofrer, e sofre muito, a diferença
está na autenticidade, na responsabilidade pela angústia e pela
consequência de seus atos. Como afirma o filósofo Sartre, a escolha
da vivência da angústia de forma vitimista sem uma consciência
reflexiva é um comportamento de ura má-fé. E o que a personagem
conseguiu fazer foi assumir suas escolhas de maneira autentica e
livre.
Ter
consciência do que se passa, a vida, as escolhas nunca serão
fáceis, mas a alegria de viver e morrer por aquilo que se escolheu é
magnífico!
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